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"Eis aí que vos enviarei eu o profeta Elias, antes que venha o
dia grande e terrível do Senhor; e ele converterá o coração
dos pais aos filhos, e o coração dos filhos aos seus pais,
para não suceder que eu venha, e que fira a Terra
com pragas" - Malaquias, cap. 4.
Assim termina o Velho Testamento, para salientar que devia logo mais vir Elias, servindo de Assessor do Cristo, para que Este cumprisse a Sua função missionária. Adiante, como é sabido, toparemos outras afirmativas do gênero e com as devidas explicações.
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"Mas a todos que o receberam deu ele poder de se fazerem filhos de Deus, aos que crêem no seu nome...”
- João, cap. 1.
A primeira consideração a fazer, é que tudo emana de Deus, tudo sendo normalmente filho de Deus. Conjuntamente, importa saber que os santos desígnios de Deus não voltam atrás. A segunda consideração, mormente observando o seguimento do texto, é que sobram nele erros de conceito, porque se o espírito vem de Deus ou da Essência Divina, também a matéria, a carne e o mundo, não vêm de outra Fonte. O espírito mergulha na matéria ou no Cosmos, fazendo disso instrumento evolutivo, arma de vitória, nada mais. Tudo é questão de ter consciência da Origem, do Processo Evolutivo e da Sagrada Finalidade; tudo é questão de ir vencendo o mundo; mas filho de Deus não há o que não seja. Desconhecer pouco ou muito, por falta de evolução, não é que faz alguém deixar de ser filho de Deus. E conhecer mais ou menos, nem por isso torna alguém especial perante as leis de Deus.
Como o Divino Exemplo de um Cristo ultrapassa o poder conceptivo dos Seus contemporâneos, os Cristos não escrevem, mas vivem a Verdade! Com o passar dos tempos, a evolução fornece os elementos de reconhecimento. Encarece, também, reconhecer que os interesses subalternos das cleresias andaram adulterando os escritos, não sendo os Apóstolos evangelistas os responsáveis por certos absurdos que os Evangelhos comportam.
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"E o verbo se fez carne, e habitou entre nós; e nós vimos
a sua glória, glória como de Filho unigênito do Pai,
cheio de graça e de verdade”
- João, cap. 1.
Não se fez carne, mas tomou carne ou encarnou, porque era de antes de haver este pobre mundinho. A glória revelada foi a de um filho cristificado e posto como Diretor de um Planeta, e não filho unigênito do Pai. Filho Ungido é que corresponde à realidade. Cheio de Graça e de Verdade, como soem ser todos os espíritos assim evoluídos e armados de poderes delegados. E Divino Molde acima de tudo, porque todos os filhos de Deus devem chegar lá, custe mais ou custe menos.
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"O que há de vir depois de mim foi preferido a mim,
porque era antes de mim”
- João, cap. 1.
Os dois, João Batista e Jesus, eram de antes de seus respectivos corpos, havendo encarnado para cumprir missão. De João estava dito, que era Elias a vir de novo, para aplainar o caminho do Senhor, endireitar as suas veredas. E com isso temos ambos a se submeterem ao processo de encarnação, cuja reincidência chamamos reencarnação. Se o processo é simples, também simples são os motivos e as conseqüências, porque em Deus e Suas leis tudo é divinamente simples. Os tais de pretensos "mestres em Israel" é que tudo corrompem e negam, porque, de estultos que são, mais querem ensinar a Deus do que aprender com Deus.
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"Porque a lei foi dada por Moisés, a graça e a verdade
foram trazidas por Jesus Cristo”
- João, cap. 1.
A Lei não foi dada por Moisés; mas por Deus, e transmitida por meio de anjos, espíritos ou almas a Moisés. Moisés recebeu os Dez Mandamentos por meio de espíritos ou anjos, tendo escrito nas pedras. Na cadeia do Sinai, precisamente no Monte Orebe, havia furnas cavadas, para o retiro de iniciados; foi ali que Moisés teve colóquios com anjos, espíritos ou almas, recebendo a Lei e muitas outras informações. A Graça trazida por Jesus foi o derrame de Revelação ou espírito sobre toda a carne, sendo que da Revelação viria o conhecimento da Verdade. A Verdade era chamada fogo, por alegoria, pelo fato de responsabilizar os seus possuidores.
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"Ninguém jamais viu a Deus; o Filho unigênito,
que está no seio do Pai, esse é quem o deu
a conhecer" - João, cap. 1.
Deus é impessoal e não se revela pessoalmente a ninguém; porque Deus é Espírito e Verdade, Todo Luz, Glória, Poder, Amor, Ciência, Lei, Justiça, e, acima de tudo, Infinitamente Presente. Se está dito que Moisés falava com Deus, é porque chamavam deuses aos espíritos, naqueles dias.
Dentre os chamados Grandes Iniciados dos antigos ciclos, muitos foram os que apresentaram ao mundo os esplendores de Deus; mas como Jesus, o Cristo Planetário, ninguém o fez. Ademais, além de vir para derramar do espírito sobre a carne, ou generalizar a Graça da Revelação, viria, como veio, para testemunhar eternamente a ressurreição final do espírito.
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"Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho
do Senhor, como disse o profeta Isaias" - João, cap. 1.
Quem ler o que vai escrito no Velho Testamento, fica sabendo que Elias devia vir na frente, anunciando a chegada do Cristo, que estava sendo esperado há trinta e seis séculos. Mas os corruptores da Excelsa Doutrina, no quarto século, fizeram tremenda obra de contradição, fazendo com isso parecer que o mesmo João tenha caído em contradição. Pelos textos, João nega e afirma tudo ao mesmo tempo, até mesmo negando ser profeta, quando Jesus o disse o maior nascido de mulher.
Queremos ir pelos capítulos; por isso lembramos aos leitores que aguardem a chegada de textos correspondentes a tais assuntos, para elucidar melhor. Trataremos de cada evangelista, capítulo por capítulo, para melhor tratar dos assuntos, quando haja necessidade. Quanto a detalhes ou pormenores, ficam por conta de cada estudioso, pois ficaria muito longo transcrever e comentar verso por verso.
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"Eis aqui o Cordeiro de Deus, eis aqui o que tira
o pecado do mundo" - João, cap. 1.
Ninguém nasceu ainda, nem jamais nascerá, para tirar o pecado do mundo, como parece dizer o texto, a quem pretenda assim interpretar. Servir de Divino Modelo e derramador do espírito sobre a carne, e também para testemunhar a ressurreição final do espírito, isso foi para o que Jesus veio. De resto, a cada um será dado segundo as obras que praticar. Quando chegarem os textos, faremos os devidos comentários, fazendo ver que as adulterações dos textos fizeram Jesus cair em contradição muitas vezes. Como, porém, em Jesus não houve contradição, descubram os estudiosos quem os fabricou e distribuiu ao mundo religiosista.
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"Aquele sobre que tu vires descer o Espírito, e repousar sobre
ele, esse é o que batiza no Espírito Santo" - João, cap. 1.
Trazer a Graça da Revelação para toda a carne, tal fora a função missionária de Jesus. Claro que Jesus não iria generalizar a comunicabilidade do espírito imundo. Porém, cumpre saber, usaram os corruptores da Excelsa Doutrina do adjetivo "Santo", para significar uma terça parte de Deus, que é absurdo, além de eliminar o cultivo da Revelação. Na hora daremos as explicações, concitando também à leitura de outros livros nossos, que bem estudam esta questão.
O Novo Testamento dos Espíritas
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